Qual pior tipo de lesão de menisco?
Saiba qual pior tipo de lesão de menisco, entenda riscos para a cartilagem e veja quando é hora de buscar atendimento.
No consultório, uma dúvida aparece com frequência: Doutor, qual pior tipo de lesão de menisco e por que algumas pessoas evoluem mais rápido para desgaste no joelho do que outras?
Ao avaliar atletas, praticantes de atividade física recreativa e até quem só torceu o joelho descendo uma escada, percebo que o padrão da ruptura faz grande diferença no futuro da articulação.
Entre os vários tipos descritos, a lesão radial costuma ser a que mais preocupa quando o objetivo é preservar o joelho a longo prazo.
O que é o menisco e por que ele importa tanto
Meniscos são porções de cartilagem em formato de “almofada” dentro do joelho, entre o fêmur e a tíbia, que ajudam a absorver impacto e proteger a articulação.
Quando o menisco rompe, essa distribuição de carga se perde parcialmente. Em alguns padrões de lesão, o impacto sobre a cartilagem aumenta tanto que o risco de artrose cresce de forma importante.
Qual pior tipo de lesão de menisco
Ao analisar exames de ressonância e correlacionar com os sintomas dos pacientes, a lesão radial se destaca como a mais agressiva para a função do menisco.
Nesse tipo de ruptura, o corte é feito no sentido transversal, como se alguém abrisse o menisco “de dentro para fora”, dividindo a estrutura.
Na prática do dia a dia, costumo explicar ao paciente que a lesão radial, principalmente quando acomete a região mais central do menisco, se comporta quase como se uma parte inteira tivesse sido retirada.
A peça deixa de trabalhar como anel de distribuição de carga e a cartilagem passa a receber impacto concentrado em áreas menores.
Outros tipos, como as rupturas em alça de balde, horizontais ou complexas, também podem causar sintomas intensos, travamentos e limitação funcional.
A diferença é que, do ponto de vista biomecânico, a lesão radial costuma comprometer a mecânica do joelho de maneira mais profunda.
Sinais de alerta que merecem atenção
Nem toda dor no joelho significa uma ruptura grave, mas alguns sinais chamam atenção:
- Dor localizada na linha articular, especialmente ao agachar ou girar o corpo com o pé apoiado.
- Inchaço que volta sempre depois de esforço físico.
- Sensação de travamento, como se algo “enganchasse” dentro do joelho.
- Dificuldade para esticar ou dobrar completamente a perna.
- Estalos acompanhados de dor durante o movimento.
Quando esses sintomas surgem após um entorse, uma torção no futebol ou uma mudança brusca de direção na corrida, a suspeita de lesão de menisco, muitas vezes mais séria, aumenta bastante.
Como o especialista avalia o joelho
A consulta começa com uma conversa detalhada sobre o início da dor, tipo de atividade, histórico de traumas e limitações na rotina.
Em seguida, o exame físico do joelho permite identificar pontos de dor, presença de derrame (acúmulo de líquido), perda de movimento e sinais de instabilidade.
Radiografias ajudam a avaliar os ossos e possíveis sinais de desgaste.
Mas para definir qual pior tipo de lesão de menisco naquele caso específico, a ressonância magnética costuma ser o exame mais útil, pois mostra o desenho da ruptura, se ela é radial, horizontal, vertical, complexa e se há outras estruturas comprometidas, como ligamentos e cartilagem.
Diante de dor persistente, inchaço de repetição ou limitação importante, o ideal é buscar atendimento com médico ortopedista com experiência em lesões de menisco.
A avaliação especializada evita atrasos no diagnóstico e reduz o risco de decisões que possam prejudicar o resultado a longo prazo.
Tratamento da lesão radial de menisco
O plano de tratamento depende de vários fatores: idade, nível de atividade, presença de artrose, localização da lesão e queixa do paciente.
Em alguns casos, especialmente em rupturas menores e em pessoas menos ativas, um protocolo conservador com fisioterapia, controle de carga e fortalecimento pode ser suficiente.
Quando a lesão radial compromete de forma significativa a função do menisco e provoca sintomas importantes, a indicação cirúrgica se torna mais provável.
Em pacientes com cartilagem preservada, a prioridade é salvar o máximo possível de tecido meniscal.
Tipos de cirurgia
As principais opções incluem:
- Sutura meniscal: o menisco é “costurado” por artroscopia, com o objetivo de cicatrizar e voltar a cumprir seu papel de proteção. Essa abordagem é mais comum em pacientes jovens e em rupturas em áreas com bom suprimento de sangue.
- Meniscectomia parcial: quando o tecido está muito fragmentado ou degenerado, retira-se apenas o trecho irrecuperável, preservando o restante. Quanto menor a remoção, melhor para o futuro da articulação.
Em todos os cenários, a decisão é individualizada. O objetivo é equilibrar alívio da dor, preservação de função e proteção da cartilagem no longo prazo.
Reabilitação e retorno ao esporte
Após a cirurgia, o tratamento não termina na sala operatória. A reabilitação é peça central.
Na fisioterapia, o objetivo é aliviar a dor, controlar o inchaço, trazer mais mobilidade e recuperar a força da coxa e do quadril com exercícios e técnicas direcionadas.
O retorno aos esportes é gradativo: a carga aumenta passo a passo, conforme o menisco cicatriza, o tipo de lesão e a resposta daquele joelho ao tratamento.
Como reduzir o risco de lesão séria de menisco
Alguns cuidados no dia a dia ajudam a proteger o joelho:
- Manter quadríceps, posteriores de coxa e glúteos bem fortalecidos.
- Evitar aumento brusco de carga de treino de uma semana para outra.
- Usar calçados adequados ao tipo de pisada e à modalidade praticada.
- Incluir aquecimento antes do exercício e encerramento mais leve ao final.
- Controlar o peso corporal para diminuir a pressão sobre a articulação.
Na prática clínica, observo que quem respeita esses pontos costuma apresentar menos entorses graves e evolui melhor quando alguma lesão aparece.
Ao perceber dor aguda após um giro, inchaço rápido ou travamento súbito, suspender a atividade e procurar avaliação especializada faz toda a diferença para preservar o menisco e cuidar do joelho com visão de longo prazo.



