Lesões e Doenças do Joelho

Artrose no joelho em jovens: causas e tratamento

Conheça os sinais de alerta de artrose no joelho em jovens e os tratamentos disponíveis.

Ouvir o diagnóstico de artrose no joelho em jovens costuma assustar.

Muita gente associa a artrose só ao envelhecimento, porém, o desgaste da cartilagem também pode surgir em pessoas na fase mais ativa da vida, principalmente quando já ocorreram lesões, existe sobrecarga nas articulações ou há histórico familiar do problema.

Entender por que a artrose aparece mais cedo, reconhecer os sinais de alerta e saber como funciona o tratamento ajuda a frear a progressão do desgaste.

Isso permite preservar a capacidade de trabalhar, praticar esporte e realizar tarefas simples do dia a dia com menos limitação.

Por que a artrose no joelho em jovens merece atenção especial

Quando o desgaste no joelho surge mais cedo, o impacto no dia a dia costuma ser grande.

Em geral, o paciente está no auge da vida ativa, dividindo o tempo entre estudos, trabalho, família, prática de exercícios e longos períodos em pé ou em deslocamento.

A dor e a limitação para se mexer passam a interferir diretamente no rendimento, tiram o prazer de momentos de descanso e ainda pesam no estado emocional.

Outro ponto importante é o tempo de exposição ao problema.

Quando a artrose no joelho aparece ainda na juventude, a tendência é que o desgaste avance com o passar dos anos se não houver um cuidado bem organizado, com mudanças na rotina, fortalecimento da musculatura e acompanhamento regular com o ortopedista.

Principais causas e fatores de risco em pacientes jovens

Nem toda dor no joelho significa artrose, porém, alguns cenários aumentam bastante o risco de desgaste precoce da cartilagem.

  • Lesões de ligamentos, como ruptura do ligamento cruzado anterior.
  • Lesões de menisco, especialmente quando houve retirada parcial ou total.
  • Fraturas que comprometeram a superfície articular.
  • Esportes de impacto com alta carga no joelho, como futebol, corrida intensa e basquete.
  • Obesidade ou sobrepeso, que elevam a pressão sobre a articulação a cada passo.
  • Desalinhamentos, como joelho varo ou valgo, concentrando o desgaste em uma região específica.
  • Doenças reumáticas que inflamam a articulação repetidamente.
  • Atividades profissionais com muito agachamento, ajoelhar ou carga pesada.
  • Fraqueza muscular e sedentarismo, que deixam o joelho menos protegido.

Quando um ou mais desses fatores estão presentes, o risco de desenvolver artrose no joelho em jovens aumenta, especialmente se não houver recuperação adequada após lesões esportivas ou cirurgias.

Sintomas de que não podem ser ignorados

No início, os sinais podem ser discretos, surgindo apenas em dias de treino mais pesado ou ao final de uma jornada longa de trabalho.

Com o tempo, os sintomas passam a aparecer em situações cada vez mais simples.

  1. Dor na parte interna, externa ou atrás do joelho, pior após esforço.
  2. Rigidez ao levantar da cama ou depois de ficar muito tempo sentado.
  3. Inchaço leve ou sensação de “joelho cheio de líquido”.
  4. Estalos ou sensação de atrito, como se algo “raspasse” dentro da articulação.
  5. Dificuldade para agachar, ajoelhar ou descer escadas.
  6. Sensação de fraqueza ou instabilidade, com medo de o joelho “falhar”.

Ao perceber esse padrão em um joelho que já sofreu trauma ou cirurgia, vale investigar cedo para identificar se há artrose no joelho em fase inicial, situação em que o tratamento costuma ser mais eficaz.

Como é feito o diagnóstico

O processo começa na consulta com o ortopedista com especialização em patologias do joelho.

O médico escuta o relato completo, pergunta sobre histórico de lesões, esportes, cirurgias, doenças associadas, uso de medicamentos e rotina de trabalho.

No exame físico, o especialista avalia alinhamento das pernas, mobilidade da articulação, pontos de dor, presença de derrame articular, força muscular e estabilidade dos ligamentos.

Em seguida, entram os exames de imagem:

  • Radiografia do joelho: avalia o alinhamento, o espaço entre os ossos, evidencia osteófitos (“bicos de papagaio”) e outras alterações compatíveis com desgaste.
  • Ressonância magnética: mostra com mais detalhe a cartilagem, os meniscos, os ligamentos e áreas de edema ósseo, sendo um exame importante sobretudo nos estágios iniciais.

Os exames laboratoriais entram na investigação quando há suspeita de doença inflamatória ou reumática associada ao quadro do joelho.

Tratamento conservador: foco em preservar a articulação

O primeiro passo para tratar artrose no joelho em pacientes jovens é sem cirurgia.

A proposta é controlar a dor, recuperar a confiança para realizar movimentos e frear a progressão do desgaste o máximo possível.

  • Medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios: usados por períodos curtos para controlar crises de dor.
  • Fisioterapia: trabalha fortalecimento de coxa e quadril, ganho de mobilidade, equilíbrio e reeducação de movimento.
  • Perda de peso: quando necessária, reduz a carga sobre o joelho a cada passo.
  • Ajustes nos treinos: redução de impacto, troca temporária de corrida por bicicleta ou natação e aumento gradual de carga.
  • Órteses, palmilhas e joelheiras: em casos selecionados, ajudam a melhorar o alinhamento e distribuir melhor a carga.

Infiltrações com medicamentos ou ácido hialurônico podem ser indicadas em situações específicas para diminuir a inflamação e melhorar a lubrificação articular, sempre avaliando o perfil de cada paciente.

Quando procedimentos ou cirurgia entram em cena

Se, mesmo com o tratamento conservador adequado, a dor persiste e limita atividades básicas, o ortopedista avalia opções de intervenção.

A escolha depende da idade, grau de artrose, alinhamento dos membros e expectativas do paciente.

  1. Artroscopia: em situações específicas, pode tratar lesões associadas, embora não “cure” a artrose.
  2. Osteotomias: indicadas quando há desalinhamento importante, com foco em redistribuir a carga dentro do joelho.
  3. Próteses parciais ou totais: reservadas para casos mais avançados, em que a dor e a limitação comprometem fortemente a qualidade de vida.

Em pacientes jovens, a decisão por cirurgia é tomada com muito critério, sempre pesando riscos, benefícios e o impacto a longo prazo.

Como prevenir a progressão da artrose em jovens

Depois do diagnóstico, o cuidado contínuo faz diferença. Pequenos ajustes na rotina diária podem ajudar a preservar a cartilagem que ainda está íntegra e reduzir a sobrecarga na região mais desgastada.

  • Manter o fortalecimento regular de coxa, quadril e core.
  • Adequar o volume e a intensidade dos treinos, com aumento gradual.
  • Evitar ganho de peso e buscar uma alimentação equilibrada.
  • Respeitar períodos de descanso, principalmente após atividades intensas.
  • Revisar calçado esportivo e tipo de piso em que treina ou trabalha.
  • Retomar o tratamento fisioterapêutico nas fases de piora da dor.

O acompanhamento periódico com o ortopedista permite ajustar essas medidas ao longo do tempo e identificar mudanças na articulação antes que o quadro se agrave.

FAQs

Artrose no joelho em jovens tem cura?

A artrose é um processo degenerativo crônico, o que significa que a cartilagem desgastada não volta ao estado original. Mesmo assim, com tratamento adequado, muitos pacientes jovens conseguem controlar a dor, manter boa função e retardar a progressão da doença por muitos anos.

Quais exames detectam artrose no joelho em jovens?

A radiografia já mostra sinais importantes, como redução do espaço articular e formação de osteófitos. A ressonância magnética complementa a avaliação, identificando lesões de cartilagem, menisco e ligamentos que costumam acompanhar a artrose no joelho em jovens.

Quem pratica esporte pode ter artrose no joelho em jovens?

Sim. Lesões de ligamentos, menisco e episódios de sobrecarga sem recuperação adequada podem favorecer o desgaste precoce. Isso não significa que o esporte seja proibido, mas sim que o treino precisa ser bem orientado, com fortalecimento, técnica correta e progressão controlada de carga.

Como evitar que a artrose no joelho em jovens piore?

Controle de peso, fortalecimento muscular, ajustes nos treinos, escolha adequada de calçados, tratamento fisioterapêutico e acompanhamento com ortopedista especialista em joelho ajudam a reduzir a sobrecarga na articulação e a estabilizar o quadro ao longo do tempo.

Quando procurar ortopedista por dor no joelho ainda jovem?

Qualquer dor que persiste por semanas, se repete em atividades semelhantes, vem acompanhada de inchaço, estalos dolorosos ou sensação de instabilidade merece avaliação. Quem já teve lesão ou cirurgia no joelho deve ficar ainda mais atento, pois faz parte do grupo com maior risco de artrose precoce.

Dr. Ulbiramar Correia

Ortopedista especialista em joelho Goiânia. Membro titular da SBCJ (sociedade brasileira de cirurgia do joelho), SBRATE (sociedade brasileira de artroscopia e trauma esportivo) e da SBOT(sociedade brasileira de ortopedia e traumatologia). [CRM/GO: 11552 | SBOT: 12166 | RQE: 7240].

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