Lesões e Doenças do Joelho

Osteomielite subaguda do joelho: Guia completo

Descubra os sintomas, como é feito o diagnóstico e tratamento para osteomielite subaguda do joelho.

Na osteomielite subaguda do joelho, o problema atinge o osso ao redor da articulação, com foco mais frequente na metáfise distal do fêmur e na metáfise proximal da tíbia.

A dor costuma começar discreta, vai ganhando intensidade e o joelho perde função.

Caminhar, trabalhar em pé ou praticar esporte passa a incomodar bastante, muitas vezes sem febre nem sinais evidentes de inflamação na pele.

O que é osteomielite subaguda do joelho

Nessa forma de osteomielite, o conflito entre defesa do organismo e microrganismos entra em certo equilíbrio. A infecção permanece ativa dentro do osso, mas com manifestações clínicas moderadas.

A dor no joelho costuma ser constante, piora com as atividades diárias e alivia parcialmente quando a pessoa descansa. Os exames de sangue, em muitos casos, mostram apenas alterações discretas.

Na forma aguda, o quadro surge de repente, com febre alta e dor intensa no joelho. Na forma crônica, surgem fístulas, deformidades e sequestro ósseo.

A osteomielite subaguda do joelho ocupa um meio termo entre esses extremos e muitas vezes chega ao consultório com semanas de evolução.

Causas, vias de infecção e fatores de risco

O microrganismo que mais costuma estar por trás desse quadro é o Staphylococcus aureus.

Em pessoas com defesa baixa, outros germes, como fungos e microbactérias, também podem infectar o osso do joelho.

A infecção atinge o osso por três caminhos principais:

  1. Via sanguínea, a partir de foco infeccioso distante, como pele ou trato respiratório;
  2. Extensão a partir de estruturas vizinhas, como tecidos moles e articulação;
  3. Inoculação direta após trauma com ferida, cirurgias ou procedimentos invasivos.

Alguns fatores aumentam a chance de desenvolver osteomielite subaguda do joelho:

  • Idade pediátrica ou adolescência, fase de maior fluxo sanguíneo na metáfise;
  • Diabetes e doenças vasculares;
  • Uso de medicamentos imunossupressores;
  • Presença de prótese ou material de síntese;
  • História recente de trauma, cirurgia ou infecção em outra parte do corpo.

Sintomas mais comuns no dia a dia

A principal queixa costuma ser dor localizada no joelho que se intensifica com impacto, corrida, saltos ou subida de escadas.

Em muitos casos, o paciente relata dificuldade para agachar e sensação de peso no membro.

Outros sinais que levantam suspeita:

  • Dor óssea focal com mais de duas ou três semanas de duração;
  • Discreto aumento de volume na região, por vezes com calor local leve;
  • Limitação do arco de movimento por dor;
  • Claudicação em crianças ou adolescentes;
  • Febre ausente ou baixa, o que engana o paciente e adia a consulta.

Quando suspeitar

Dor mecânica persistente, localizada em um ponto específico do fêmur distal ou tíbia proximal, em alguém com história de infecção recente, trauma ou cirurgia no membro, merece investigação direcionada.

Mesmo com exames de sangue pouco alterados, a combinação de dor prolongada e sensibilidade à palpação óssea já acende um sinal de alerta.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico se apoia na soma de história clínica, exame físico e métodos de imagem.

Exames laboratoriais contribuem, mas nem sempre mostram alterações importantes em casos de osteomielite subaguda do joelho.

Na rotina, o ortopedista pode solicitar:

  • Hemograma, proteína C reativa e velocidade de hemossedimentação;
  • Radiografias em diferentes incidências, que podem ser normais no início ou revelar áreas de rarefação e esclerose ao longo das semanas;
  • Ressonância magnética, exame mais sensível para edema da medula óssea, coleções e acometimento de partes moles;
  • Tomografia computadorizada para detalhar cavidades ósseas, abscesso de Brodie e planejar eventual cirurgia.

Quando possível, a confirmação definitiva é feita por cultura do material colhido por punção guiada em imagem ou durante desbridamento cirúrgico.

Esse passo permite identificar o agente e direcionar o antibiótico com maior precisão.

Tratamento

O tratamento prioriza frear a infecção, aliviar a dor e evitar perda de movimento no joelho.

Em muitos casos, o ortopedista inicia um antibiótico de amplo espectro com boa ação contra cocos Gram-positivos e ajusta o esquema depois que sai o resultado da cultura.

O esquema costuma durar cerca de quatro a seis semanas, começando por via endovenosa e, quando viável, sendo finalizado com comprimidos.

O repouso absoluto raramente é necessário, porém, o impacto deve ser reduzido nas primeiras semanas.

Muitas vezes, o paciente usa muletas para diminuir a carga sobre o membro, com liberação progressiva de acordo com a melhora clínica e radiológica.

Quando a cirurgia é indicada

A cirurgia pode ser indicada quando há:

  • Cavidade óssea importante.
  • Abscesso de Brodie sintomático.
  • Falha de resposta ao antibiótico.
  • Presença de tecido desvitalizado.

Nessas situações, o cirurgião ortopedista especializado em doenças de joelho realiza curetagem, desbridamento e, em alguns casos, preenchimento com enxerto ósseo ou biomateriais.

Reabilitação e retorno às atividades

Tão importante quanto controlar a infecção é devolver mobilidade e força ao joelho.

A fisioterapia trabalha para manter e recuperar a amplitude de movimento, fortalecer quadríceps, isquiotibiais e musculatura da perna, além de treinar equilíbrio e coordenação.

O retorno ao esporte ou a trabalhos com maior demanda física ocorre em etapas, respeitando dor, força muscular e achados de imagem.

Em crianças, o acompanhamento observa também o crescimento ósseo próximo à fise, já que lesões nessa região podem, em alguns casos, alterar o eixo do membro.

Cuidados, prevenção e quando procurar ajuda

Quem já teve osteomielite subaguda do joelho precisa estar atento a qualquer dor óssea persistente na mesma região, especialmente se vier acompanhada de inchaço ou limitação funcional.

Pacientes com diabetes, doenças vasculares ou uso crônico de corticoide merecem vigilância redobrada.

Cuidados simples ajudam a reduzir o risco de novos episódios:

  1. Tratar infecções de pele, dentes e vias aéreas sem adiar;
  2. Proteger feridas em membros inferiores e observar sinais de piora;
  3. Seguir corretamente as orientações após cirurgias no joelho;
  4. Manter controle rigoroso de glicemia e abandonar o tabagismo.

Dor óssea localizada que dura semanas não deve ser ignorada.

Buscar avaliação com ortopedista especialista em joelho é a melhor forma de esclarecer o quadro e iniciar o tratamento na fase subaguda, etapa em que as chances de preservação da articulação são maiores.

FAQs

O que diferencia a osteomielite subaguda do joelho da forma aguda?

Na forma aguda, o início costuma ser abrupto, com febre alta, mal estar importante e dor intensa. A fase subaguda tem quadro mais arrastado, dor menos exuberante e exames de sangue discretamente alterados, porém com infecção ainda ativa dentro do osso.

Quanto tempo dura o tratamento da osteomielite subaguda do joelho?

O esquema mais comum envolve quatro a seis semanas de antibiótico, começando por via endovenosa e depois por via oral. Situações mais complexas, com cavidades ósseas maiores ou outras doenças associadas, podem exigir acompanhamento prolongado.

A osteomielite subaguda do joelho sempre precisa de cirurgia?

Nem todos os pacientes precisam operar. Quando o antibiótico controla a dor, os exames melhoram e não há cavidade óssea importante, o tratamento pode seguir de forma conservadora. A cirurgia entra em cena nos casos com abscesso de Brodie volumoso, tecido desvitalizado ou falha de resposta clínica.

Quem pratica esporte corre mais risco de osteomielite subaguda do joelho?

A prática esportiva por si só não é a principal causa, porém traumas com ferida, cirurgias prévias e quedas em quem treina com frequência podem abrir porta de entrada para microrganismos. Atletas também precisam ficar atentos a dor óssea focal que não melhora com descanso.

Quando a dor no joelho exige consulta urgente com ortopedista?

Dor forte que surge de repente, associada a febre alta, dificuldade para apoiar a perna ou vermelhidão intensa, exige avaliação imediata para afastar infecção aguda. Já a dor persistente, localizada em um ponto do osso e que dura semanas, merece consulta em caráter prioritário para investigar osteomielite subaguda do joelho.

Dr. Ulbiramar Correia

Ortopedista especialista em joelho Goiânia. Membro titular da SBCJ (sociedade brasileira de cirurgia do joelho), SBRATE (sociedade brasileira de artroscopia e trauma esportivo) e da SBOT(sociedade brasileira de ortopedia e traumatologia). [CRM/GO: 11552 | SBOT: 12166 | RQE: 7240].

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