A periostite tibial é uma inflamação dolorosa na região da tíbia que surge por sobrecarga repetida.
Costuma aparecer em quem corre, caminha com intensidade ou retomou treinos sem progressão adequada.
Com diagnóstico correto, ajuste de carga e exercícios específicos, é possível controlar a dor e voltar ao esporte com segurança.
O que é periostite tibial
A periostite tibial acontece quando o periósteo, camada que reveste o osso, fica irritado por microtraumas de repetição.
A dor costuma se estender por alguns centímetros na borda póstero medial da canela, piora na corrida ou marcha acelerada e melhora com repouso relativo.
Sem cuidado, pode evoluir para quadros persistentes e afastar você do treino.
Sintomas principais
- Dor difusa na parte interna da canela durante ou após o treino.
- Sensibilidade ao toque ao longo da tíbia.
- Rigidez matinal ou ao iniciar a atividade.
- Desconforto que diminui com aquecimento e retorna com a fadiga.
- Em fases avançadas, dor mesmo em repouso.
Causas e fatores de risco
- Aumento rápido de volume, intensidade ou frequência do treino.
- Superfícies duras ou irregulares e descidas longas.
- Calçado gasto ou sem suporte adequado.
- Alterações biomecânicas, como hiperpronação ou fraqueza do quadril.
- Retorno apressado após pausa, sobrepeso e falta de condicionamento.
Diagnóstico
O diagnóstico da periostite tibial é clínico, feito pelo ortopedista de joelho com base na história do paciente e no exame físico.
Exames de imagem são usados para descartar fratura por estresse e outras condições. A ressonância pode mostrar edema do periósteo e dos tecidos adjacentes, quando necessário.
Tratamento passo a passo
O objetivo é reduzir dor, corrigir a causa e recondicionar a perna. O plano abaixo é o mais usado na minha prática.
- Controle de carga: reduzir ou pausar corrida por alguns dias enquanto a dor persiste. Manter condicionamento com bike, elíptico ou natação.
- Gelo: 10 minutos, 1 a 3 vezes ao dia, na fase dolorosa.
- Medicação: analgésicos podem ser usados conforme orientação profissional.
- Calçado e palmilhas: tênis com bom contraforte e suporte. Em casos selecionados, palmilha para controlar a biomecânica.
- Fisioterapia: técnicas manuais, modulação de dor e progressão de exercícios.
- Retorno gradual: regra de 10% por semana, alternando corrida e caminhada, monitorando sinais de alarme.
Prevenção e retorno ao esporte
Sempre compartilho com meus pacientes as seguintes orientações:
- Progressão: aumente o volume e intensidade de forma gradual.
- Superfície: varie o terreno e evite longos trechos muito duros.
- Calçado: troque o tênis no tempo certo e ajuste ao seu tipo de pisada.
- Fortalecimento: mantenha rotina para pernas e quadril duas a três vezes por semana.
- Rotina inteligente: sono adequado, hidratação e pausas em treinos de impacto.
Quando procurar avaliação
Agende uma consulta se perceber:
- Dor que não melhora em duas a três semanas de ajuste de carga.
- Inchaço acentuado, calor local ou febre.
- Dor noturna, perda de força ou formigamento.
- Dor muito localizada e intensa ao toque, suspeita de fratura por estresse.
FAQs
Periostite tibial é a mesma coisa que canelite?
Sim, canelite é o nome popular. O termo técnico é periostite tibial, inflamação do periósteo na região da tíbia causada por sobrecarga repetida.
Posso continuar correndo com periostite tibial?
Se a dor é leve e melhora ao ajustar o treino, é possível reduzir volume e alternar com atividades de baixo impacto. Dor persistente exige pausa temporária e reavaliação.
Qual o melhor tênis para quem teve periostite tibial?
Modelo estável e bem ajustado ao seu tipo de pisada. Tênis muito gastos perdem amortecimento. Em casos específicos, palmilhas ajudam a controlar a mecânica.
A periostite tibial pode virar fratura por estresse?
Pode acontecer quando a sobrecarga continua sem correção. Sinais de alerta são dor focal intensa e sensibilidade pontual no osso. Nesses casos, procure avaliação.
Quanto tempo leva para sarar?
Casos leves melhoram em duas a seis semanas com controle de carga e exercícios. Quadros crônicos pedem reabilitação mais longa e retorno progressivo ao impacto.
Quais exercícios ajudam na recuperação?
Fortalecimento do tibial anterior e panturrilha, mobilidade do tornozelo, exercícios de quadril e propriocepção. A combinação reduz a sobrecarga na tíbia.