A pseudogota do joelho causa crises de dor, inchaço e calor na articulação por depósito de cristais de pirofosfato de cálcio.
O quadro lembra a gota, porém, o cristal é diferente e o tratamento também pede atenção específica.
O que é pseudogota do joelho
É um tipo de artrite inflamatória que surge quando cristais de pirofosfato de cálcio se acumulam no joelho.
O ataque começa de forma súbita e pode durar dias ou semanas, com limitação importante para caminhar, subir escadas e dobrar o joelho.
Por que acontece
O organismo produz e deposita cristais dentro da cartilagem e do líquido sinovial.
Fatores como idade avançada, histórico familiar, alterações da tireoide ou paratireoide, excesso de ferro, cálcio alto ou deficiência de magnésio aumentam a chance de formar cristais.
Sintomas no joelho
As crises costumam afetar apenas um joelho por vez, mas podem alternar lados. O início é abrupto, muitas vezes à noite, com dor intensa ao apoiar o peso e ao flexionar a articulação.
Sinais mais frequentes
Para identificar o surto no dia a dia, observe os pontos abaixo:
- Dor forte, inchaço visível e calor local.
- Vermelhidão leve a moderada.
- Rigidez e perda de movimento.
- Toque doloroso ao redor da patela e interlinha.
- Dificuldade para caminhar e apoiar.
Diferença entre pseudogota e gota
Ambas causam artrite aguda. Na gota, o cristal é urato monossódico e os ataques são comuns no dedão do pé.
Já na pseudogota do joelho, o cristal é pirofosfato de cálcio e o alvo preferencial é o joelho, com maior relação com envelhecimento e condrocalcinose.
Quem tem mais risco
O risco cresce com a idade. Cirurgias ou traumas prévios no joelho, doenças metabólicas, histórico familiar e desequilíbrios minerais favorecem novos episódios.
Quando procurar ajuda
Dor e inchaço de início súbito, febre associada, limitação para apoiar o peso ou dúvida com infecção articular exigem avaliação imediata.
Quanto antes o controle da inflamação, menor o risco de dano estrutural.
Como é feito o diagnóstico
O padrão-ouro é a análise do líquido sinovial obtido por punção do joelho. No microscópio de luz polarizada, os cristais de pirofosfato de cálcio têm formato romboide e birrefringência característica.
O exame ajuda a descartar infecção e outras artrites.
Exames que ajudam
Os exames de imagem complementam o diagnóstico e a avaliação do dano articular.
- Radiografia: pode mostrar condrocalcinose, com linhas de calcificação na cartilagem do joelho.
- Ultrassom: identifica cristais na cartilagem e derrame articular.
- Ressonância magnética: útil para avaliar sinovite, lesões associadas e artrose acelerada.
Tratamento da crise
O objetivo é reduzir a dor e inflamação rapidamente e preservar a função do joelho. A escolha depende de comorbidades e intensidade dos sintomas.
- AINEs em dose anti-inflamatória por curto período.
- Colchicina em baixa dose, útil na crise e para prevenir recorrências.
- Corticoide oral em esquemas curtos quando AINE não é opção.
- Infiltração intra-articular de corticoide em surtos monoarticulares intensos.
- Punção para aliviar a pressão e enviar o líquido para análise.
- Gelo, elevação do membro e descanso relativo
Prevenção de novas crises
Controlar os fatores desencadeantes reduz a chance de repetição no mesmo joelho. A minha recomendação enquanto especialista em patologias do joelho é:
- Acompanhar os níveis de cálcio, magnésio, ferro, tireoide e paratireoide.
- Tratar doenças associadas e ajustar medicamentos com seu médico.
- Hidratação adequada no dia a dia.
- Manter peso saudável para diminuir a sobrecarga no joelho.
- Fortalecimento muscular e mobilidade com orientação profissional.
Fisioterapia e retorno às atividades
Após a crise de pseudogota do joelho, exercícios de amplitude de movimento e fortalecimento do quadríceps aceleram o retorno.
Bicicleta ergométrica com baixa resistência e treino de cadeia cinética fechada costumam ser bem tolerados.
Complicações se não tratar
O processo inflamatório recorrente favorece degeneração da cartilagem, sinovite crônica e artrose precoce. Em casos persistentes, pode haver rigidez e perda funcional.
Crises de pseudogota do joelho têm controle quando o diagnóstico é preciso e o plano inclui medicação, punção quando indicada e reabilitação.
Agende sua consulta, pois a avaliação cedo protege a articulação e ajuda a retomar a rotina com segurança.
Perguntas rápidas
Pseudogota do joelho cura?
Os cristais podem permanecer no tecido. Com manejo adequado, as crises ficam raras e a função melhora. O foco é controlar surtos e proteger a cartilagem.
Qual exame confirma a doença?
A análise do líquido sinovial é o exame que confirma a pseudogota do joelho. As imagens dão suporte e mostram condrocalcinose e derrame.
Colchicina sempre é necessária?
Nem sempre. A indicação é individual. Em pacientes com crises repetidas, a colchicina em baixa dose pode prevenir novos episódios, conforme orientação médica.