Dor crônica no joelho é um sinal de que algo não vai bem na articulação, e não um efeito inevitável da idade.
Quando a dor passa de três meses, afeta o trabalho, lazer e sono, reduz força e confiança para se mover, é considerada crônica.
Com diagnóstico correto e um plano estruturado, é possível controlar a dor crônica no joelho e retomar a rotina com segurança.
O que é dor crônica no joelho
O termo define a dor que persiste por mais de três meses, de forma contínua ou recorrente.
A dor crônica no joelho costuma nascer da combinação de mecânica alterada com inflamação persistente. Hábitos de vida pesam nesse quadro, e a falta de força e controle muscular muitas vezes fecha esse ciclo.
O joelho conecta fêmur, tíbia e patela e depende do trabalho conjunto de cartilagem, meniscos, ligamentos, cápsula e musculatura.
Qualquer desajuste nesse sistema mantém a dor ativa e limita movimentos como agachar, subir escadas e correr.
Principais causas
A dor crônica no joelho costuma aparecer por combinação de fatores. Entre os mais comuns, destaco:
- Artrose.
- Condromalácia patelar.
- Tendinites.
- Bursites.
- Lesões de menisco.
- Instabilidades ligamentares.
- Sobrecarga por excesso de peso.
- Desalinhamentos dos membros inferiores.
- Histórico de traumas mal recuperados.
Doenças sistêmicas como artrite reumatoide e gota, além de cisto de Baker, também podem manter o processo doloroso ativo.
Em pessoas com alta demanda esportiva, erros de treino e falta de preparação muscular prolongam a dor crônica no joelho.
Sintomas que merecem atenção
Os sinais mais relatados incluem dor ao subir ou descer escadas, rigidez pela manhã, inchaço após esforço, estalos com incômodo, sensação de instabilidade, perda de força e limitação para agachar ou correr.
Calor local e derrame articular indicam inflamação ativa.
Procure avaliação imediata se houver bloqueio para dobrar ou esticar, febre associada, aumento súbito de volume após trauma, deformidade, perda de sensibilidade ou formigamentos persistentes.
Como é feito o diagnóstico
O ortopedista investiga o histórico da dor crônica no joelho, atividades diárias, sintomas associados e cirurgias prévias.
O exame físico observa a marcha, alinhamento, pontos de dor, mobilidade, estabilidade ligamentar e força muscular.
Exames de imagem são indicados conforme a hipótese: radiografias avaliam alinhamento e artrose, ressonância magnética detalha cartilagem, meniscos e ligamentos, ultrassonografia auxilia em tendões e bursas.
Em condições inflamatórias, exames laboratoriais podem complementar a avaliação.
Tratamento passo a passo
O plano é individualizado e progride por etapas. Em geral, inicia com medidas conservadoras e só segue para procedimentos quando necessário. O objetivo é reduzir a dor, melhorar a função e impedir a progressão de lesões.
- Educação e ajuste de rotina — entender a condição, organizar pausas, adaptar o volume de treino, ajustar a altura de cadeira e mesa, usar calçados adequados e evitar longos períodos na mesma posição.
- Fisioterapia e fortalecimento — foco em quadríceps, glúteos e core, com exercícios de cadeia cinética fechada, trabalho de mobilidade, controle de carga e progressão monitorada. A melhora da força reduz o estresse articular e ajuda a controlar a dor crônica no joelho.
- Controle de peso e condicionamento — pequenas reduções de peso já aliviam a pressão sobre a articulação. Caminhada, bicicleta ergométrica e natação são opções com menor impacto, úteis para manter o condicionamento sem agravar sintomas.
- Medicamentos — analgésicos e anti-inflamatórios podem ser usados por períodos curtos, com orientação médica. Condroprotetores podem ser considerados em artrose leve a moderada.
- Infiltrações — ácido hialurônico para viscossuplementação, corticoide em casos selecionados e terapias biológicas são possibilidades quando a dor crônica no joelho persiste apesar da reabilitação. A indicação depende do quadro clínico e dos objetivos do paciente.
- Procedimentos cirúrgicos — artroscopia para lesões específicas, realinhamentos em casos de deformidade e artroplastia em artrose avançada. A decisão considera a idade, função, exames e resposta ao tratamento conservador.
Prevenção e retorno às atividades
Fortalecimento de quadríceps e glúteos, alongamentos controlados, trabalho de equilíbrio e propriocepção, periodização de treinos e sono de qualidade reduzem a chance de dor crônica no joelho.
O retorno ao esporte deve ser gradual, com metas objetivas de força e função.
Quando procurar o ortopedista
Agende uma consulta se a dor no joelho dura mais de três meses, se há piora progressiva, inchaço frequente, sensação de falseio, estalos dolorosos, bloqueio para estender ou dobrar, ou se analgésicos simples não ajudam.
O atendimento precoce evita agravamentos e acelera o retorno às atividades.
FAQs
O que pode causar dor crônica no joelho?
As causas mais comuns incluem artrose, condromalácia, tendinites, bursites, lesões de menisco, instabilidades ligamentares, desalinhamentos e sobrecarga por excesso de peso.
Dor crônica no joelho tem cura?
Em alguns quadros a cura completa é possível, em outros o objetivo é controle sustentado da dor, melhora da função e prevenção de agravamentos com reabilitação e ajustes de rotina.
Qual o melhor exame para investigar a dor?
Depende da hipótese clínica. Radiografias avaliam alinhamento e artrose, ressonância magnética examina cartilagem, meniscos e ligamentos, ultrassom é útil em tendões e bursas.
Quando a dor crônica no joelho é urgência?
Após trauma com deformidade, bloqueio para mover, febre com inchaço intenso, perda de sensibilidade ou piora súbita da dor, procure atendimento imediato.
Exercício piora a dor crônica no joelho?
Exercício mal dosado piora, já o treino orientado fortalece, alivia a dor e torna a articulação mais estável. A progressão deve ser gradual e supervisionada.