Este guia reúne os tipos de lesões no joelho mais comuns, com sinais de alerta, exames indicados e opções de cuidado.
A proposta é ajudar você a reconhecer quando algo não vai bem e qual caminho seguir para tratar, recuperar o movimento e voltar às atividades com segurança.
Tipos de lesões no joelho
Veja os tipos de lesões no joelho mais vistos na prática clínica. Para cada um, entenda como acontece, os principais sinais e os exames que ajudam a confirmar o diagnóstico.
1) Ruptura do Ligamento Cruzado Anterior (LCA)
Geralmente ocorre em giros e mudanças bruscas de direção. O paciente relata estalo, dor aguda e inchaço nas primeiras horas. A instabilidade para esportes com cortes e pivôs é comum.
Exames: radiografia para descartar fratura, ressonância magnética para confirmar a ruptura e identificar lesões associadas.
Cuidado: fisioterapia focada em dor, amplitude e força. Em pessoas ativas, a reconstrução do LCA pode ser indicada, seguida de reabilitação estruturada.
2) Ruptura do Ligamento Cruzado Posterior (LCP)
Relacionada a impactos na frente da perna com o joelho dobrado, acidentes de trânsito e esportes de contato. Pode gerar dor posterior, inchaço e sensação de “fundo” instável.
Exames: radiografias para fraturas por avulsão, ressonância magnética para avaliar o LCP, testes funcionais em consultório.
Cuidado: muitas lesões cicatrizam com reabilitação, foco em quadríceps e controle da posteriorização da tíbia. Cirurgia em casos selecionados.
3) Lesões meniscais
O menisco atua como amortecedor e estabilizador. A lesão pode ser traumática (torção súbita com estalo) ou degenerativa, com dor progressiva e episódios de travamento.
Exames: ressonância magnética é o padrão para localizar e classificar o traço, radiografia ajuda a avaliar desgaste associado.
Cuidado: analgesia, controle de carga e fisioterapia. Sutura meniscal é preferida quando possível, para preservar o tecido. Meniscectomia parcial em casos selecionados.
4) Luxação patelar
Deslocamento da patela para fora do sulco femoral. Geralmente há estalo, dor intensa, inchaço e dificuldade de dobrar. Alguns pacientes têm fatores anatômicos que aumentam o risco.
Exames: radiografias e tomografia para avaliar alinhamento e fraturas, ressonância para cartilagem e ligamento patelofemoral medial.
Cuidado: redução, imobilização breve e reabilitação para controle de dor, força e alinhamento. Cirurgia quando há instabilidade recorrente ou lesões osteocondrais relevantes.
5) Tendinite patelar
Dor na parte anterior, típica de esportes com saltos e desacelerações. Piora ao agachar e ao subir escadas. Em casos crônicos, há sensibilidade no polo inferior da patela.
Exames: ultrassom e ressonância ajudam a mapear espessamento e pontos de degeneração do tendão.
Cuidado: ajuste de carga, exercícios excêntricos, mobilidade de quadril e tornozelo, correções técnicas. Procedimentos podem ser discutidos quando o quadro persiste.
6) Lesões dos ligamentos colaterais (LCM e LCL)
Ocorrem por forças em valgo ou varo. Dor localizada na face interna ou externa, com sensibilidade ao toque e sensação de frouxidão.
Exames: testes clínicos em estresse, radiografia para fraturas associadas, ressonância para caracterizar o grau da lesão.
Cuidado: imobilização funcional, fisioterapia para estabilidade dinâmica e retorno gradual ao esporte. Cirurgia em rupturas complexas ou combinadas.
7) Condromalácia patelar
Amolecimento e sobrecarga da cartilagem da patela. Dor anterior que piora ao sentar por muito tempo, subir escadas e agachar. Estalos podem ocorrer sem travamento verdadeiro.
Exames: ressonância magnética para avaliar a cartilagem, radiografia para alinhamento e altura patelar.
Cuidado: fortalecimento do quadríceps, glúteos e core, trabalho de mobilidade e controle de alinhamento. Orientação de carga e calçados adequados.
8) Síndrome da banda iliotibial
Inflamação por atrito na face lateral do joelho, típica de corrida e ciclismo. Dor em queimação na região lateral, piora com treino e melhora com repouso.
Exames: avaliação clínica é fundamental, ultrassom pode mostrar espessamento local.
Cuidado: ajuste de volume de treino, fortalecimento de quadril, alongamentos dirigidos e correção biomecânica.
9) Bursite anserina
Dor na face interna, alguns centímetros abaixo da linha articular. Sensível ao toque e ao subir escadas. Muito ligada a sobrecarga e desequilíbrios de força.
Exames: diagnóstico clínico, ultrassom auxilia em casos persistentes.
Cuidado: controle de carga, fisioterapia para força e mobilidade, gelo e, em casos selecionados, infiltração guiada.
10) Fraturas da patela e do platô tibial
Traumas de alta energia ou quedas podem fraturar a patela ou o platô tibial. Dor intensa, incapacidade de apoio e deformidade sugerem o quadro.
Exames: radiografias em múltiplas incidências, tomografia para planejamento cirúrgico.
Cuidado: algumas fraturas permitem imobilização e fisioterapia, muitas exigem cirurgia para restaurar o alinhamento e a estabilidade.
Prevenção e retorno seguro
- Fortalecimento de quadríceps, isquiotibiais e glúteos.
- Treinos de equilíbrio e controle neuromuscular.
- Técnica correta de salto, aterrissagem e mudanças de direção.
- Progressão de volume e intensidade sem saltos bruscos.
- Calçado adequado e atenção ao terreno.
- Controle de peso, sono e recuperação.
A prevenção dos tipos de lesões no joelho passa por treinar boa mecânica de movimento e respeitar os sinais do corpo.
Se você suspeita de algum tipo de lesão no joelho, agende logo sua consulta para avaliar mais detalhadamente seu caso e pensarmos na melhor linha de tratamento.
FAQs
Quais são os tipos de lesões no joelho mais comuns?
Rupturas do LCA e LCP, lesões de menisco, luxação patelar, tendinite patelar, lesões dos ligamentos colaterais, condromalácia, síndrome da banda iliotibial, bursites e fraturas.
Como saber o tipo de lesões no joelho que eu tenho?
O primeiro passo é a consulta, com história e exame físico. Dependendo dos achados, o médico solicita radiografias, ressonância ou ultrassom para confirmar o diagnóstico.
Quais exames confirmam os tipos de lesões no joelho?
Radiografias avaliam osso e alinhamento, a ressonância mostra ligamentos, meniscos e cartilagem, o ultrassom é útil para tendões e bursas, a tomografia detalha fraturas.
Toda lesão no joelho precisa de cirurgia?
Não. Muitas melhoram com controle de carga e fisioterapia. Cirurgia é indicada quando há instabilidade significativa, falha do tratamento conservador ou fraturas que exigem correção.
Quanto tempo leva para voltar ao esporte?
Varia conforme a lesão e o esporte. Lesões leves podem permitir retorno em semanas, reconstrução de LCA costuma demandar vários meses, sempre com critérios objetivos de força e função.
O que ajuda a prevenir novos episódios?
Programa de força e estabilidade, progressão de treino, técnica correta e recuperação adequada. Orientação profissional reduz recaídas.
