O tumor de células gigantes do joelho é uma lesão óssea, em geral benigna, que costuma aparecer na junção metaepifisária do fêmur distal ou da tíbia proximal.
Afeta comumente adultos jovens, causando dor progressiva e aumento de volume, e pode ser localmente agressivo.
Veja como identificar os sinais, como o diagnóstico é feito e entender as opções de tratamento.
O que é o tumor de células gigantes do joelho
Ao microscópio, reúne células estromais e células gigantes multinucleadas, parecidas com osteoclastos. Esse perfil histológico explica as áreas de reabsorção que aparecem nos exames de imagem.
Embora classificado como benigno, apresenta comportamento localmente agressivo. Pode avançar para o osso ao lado e, em alguns casos, estender-se para tecidos moles, exigindo tratamento planejado.
A disseminação à distância é incomum, porém, a recidiva local após a cirurgia pode ocorrer.
Quem tem mais risco
Ocorre preferencialmente entre 20 e 45 anos, sem predomínio claro entre homens e mulheres. Acomete um único osso, quase sempre próximo a uma articulação de carga, com destaque para o joelho.
Há relatos em punho, ombro, pelve e coluna, mas o joelho é o local mais frequente.
Sinais e sintomas que merecem atenção
Os sintomas surgem de forma gradual e pioram com atividade física. É comum o paciente relacionar o início do quadro a um trauma prévio, mesmo que pequeno.
- Dor profunda no joelho, contínua, que pode despertar à noite.
- Aumento de volume local e sensibilidade à palpação.
- Rigidez articular e limitação de movimento.
- Claudicação e dificuldade para subir ou descer escadas.
- Fratura patológica em casos de enfraquecimento ósseo.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico começa com avaliação clínica e exame físico, seguido por exames de imagem:
- A radiografia costuma mostrar lesão lítica excêntrica na epífise, por vezes com adelgaçamento cortical.
- A ressonância magnética delimita extensão intraóssea e comprometimento de partes moles.
- A tomografia auxilia no planejamento cirúrgico e na pesquisa de metástases pulmonares.
A confirmação depende de biópsia realizada por equipe experiente.
Tratamento
A estratégia é individualizada conforme a localização, tamanho da lesão, qualidade óssea e estado clínico. O objetivo é controlar o tumor, preservar a função e reduzir o risco de recidiva.
- Curetagem ampliada com adjuvantes locais (como técnicas químicas ou térmicas) para reduzir recidiva.
- Preenchimento da cavidade com enxerto ósseo, substitutos sintéticos ou cimento ósseo.
- Fixação interna com placa e parafusos quando há risco de fratura.
- Ressecção segmentar e reconstrução com endoprótese em lesões extensas.
- Terapias sistêmicas adjuvantes em casos selecionados.
- Radioterapia apenas quando a cirurgia é inviável, principalmente em coluna ou pelve.
Riscos, recidiva e seguimento
Mesmo com técnica adequada, a recidiva local pode ocorrer, por isso, o seguimento periódico é essencial para detectar novas lesões, avaliar consolidação do enxerto ou do cimento e monitorar complicações.
Metástase pulmonar é rara e, quando presente, costuma ter comportamento indolente, com opções que incluem observação, ablação, cirurgia ou medicamentos conforme o caso.
Reabilitação e retorno às atividades
O plano de reabilitação depende do procedimento realizado.
- Após curetagem e cimentação, a carga pode ser retomada de forma progressiva.
- Em ressecções maiores com reconstrução, o protocolo é mais cauteloso.
- Fisioterapia direcionada ajuda a recuperar a amplitude de movimento, força do quadríceps e estabilidade do joelho.
Prognóstico
O prognóstico do tumor de células gigantes do joelho é geralmente favorável quando diagnosticado cedo e tratado por equipe especializada.
Lesões menores, sem ruptura cortical extensa, tendem a evoluir com boa função e baixo impacto na qualidade de vida.
Já lesões volumosas exigem reconstruções complexas e podem deixar limitações, mas ainda é possível alcançar alívio de dor e retorno a atividades cotidianas.
Quando procurar avaliação médica
Dor persistente no joelho, inchaço que não regride e perda de mobilidade merecem investigação.
Estou à disposição para uma avaliação individualizada e definição do melhor plano terapêutico.
Dúvidas frequentes
O tumor de células gigantes do joelho é câncer?
É classificado como benigno, porém pode ser localmente agressivo. Transformação maligna é rara. O acompanhamento reduz riscos e orienta condutas seguras.
Qual é o tratamento mais comum?
A curetagem ampliada com adjuvantes e preenchimento da cavidade é a abordagem mais utilizada no joelho. Lesões extensas podem exigir ressecção e reconstrução com endoprótese.
Existe chance de o tumor voltar?
Existe. O risco cai com técnica adequada e seguimento periódico. Recidivas precoces são manejadas com nova intervenção conforme a extensão da lesão.
Vou conseguir voltar a praticar exercícios?
Em muitos casos, sim. O ritmo de retorno depende do procedimento e da reabilitação. A equipe orienta progressão de carga e metas funcionais.
Quando suspeitar de fratura por fraqueza óssea?
Quando houver dor súbita intensa após esforço mínimo, dificuldade para apoiar e deformidade. A avaliação rápida evita deslocamentos maiores e complicações.