O osteossarcoma do joelho é um câncer ósseo agressivo que costuma aparecer perto da placa de crescimento, nas extremidades do fêmur ou da tíbia.
Afeta com mais frequência crianças, adolescentes e adultos jovens, porém, pode aparecer em qualquer idade.
Peço atenção aos sinais. Dor que não passa, aumento de volume ao redor do joelho e dificuldade para apoiar a perna merecem avaliação rápida.
Com diagnóstico cedo, as chances de controle aumentam e a preservação do membro se torna mais provável.
O que é osteossarcoma do joelho
O osteossarcoma nasce de osteoblastos, que são as células que produzem osso. No joelho, aparece com maior frequência nas pontas do fêmur (distal) e na parte alta da tíbia (proximal).
O crescimento é agressivo, com tendência a formar micrometástases, principalmente no pulmão.
Quem tem maior risco
O pico ocorre na fase de estirão do crescimento. Alguns fatores elevam a probabilidade, como:
- Tratamento prévio com radioterapia.
- Doença de Paget avançada.
- Displasia fibrosa.
- Síndromes de predisposição genética.
- Histórico familiar de tumores ósseos.
A maior parte dos casos surge sem causa clara, por alterações no DNA das células ósseas.
Sintomas
Os sintomas evoluem de forma progressiva. Fique atento se a dor não melhora com repouso, se piora à noite e se há aumento de volume local.
- Dor persistente na região do joelho, com piora noturna.
- Inchaço e calor local, sensação de nódulo ou massa.
- Rigidez articular e limitação de movimento.
- Derrame articular, conhecido como água no joelho.
- Fratura com trauma mínimo, devido ao osso fragilizado.
Dor de três semanas ou mais, sem explicação, associada a inchaço, merece investigação com especialista.
Osteossarcoma infantil e em adolescentes
Em crianças e adolescentes, o joelho é o ponto mais comum de osteossarcoma. Muitas vezes, a queixa é atribuída à dor do crescimento.
Uma radiografia simples pode levantar a suspeita e direcionar a avaliação completa.
Classificação por grau
Osteossarcoma de alto grau
Subtipo mais frequente, cresce rápido e tem maior risco de metástase. Inclui variantes osteoblástica, condroblástica e fibroblástica.
Osteossarcoma de baixo grau
Apresenta células parecidas com o osso normal e evolução lenta, por exemplo, paraosteal e intramedular bem diferenciado.
Osteossarcoma de grau intermediário
Mais raro, com comportamento entre os dois extremos. O periosteal costuma atingir jovens entre 15 e 30 anos.
Como é feito o diagnóstico
O primeiro passo é a radiografia do joelho, que muitas vezes já mostra alterações típicas.
A ressonância magnética mostra a real extensão do tumor e orienta o planejamento da cirurgia, enquanto a tomografia de tórax avalia os pulmões, principal local de metástase nesse tipo de câncer.
Nos exames de sangue, peço fosfatase alcalina e LDH, pois servem como marcadores de atividade tumoral, sem substituir a biópsia.
A confirmação requer biópsia, preferencialmente com agulha grossa guiada por imagem, seguindo trajeto planejado para não prejudicar a cirurgia definitiva.
Tratamento
O cuidado é multidisciplinar. Em geral, combina quimioterapia e cirurgia voltada para controle oncológico e preservação do membro sempre que possível.
- Quimioterapia neoadjuvante, aplicada antes da cirurgia para reduzir a carga tumoral e atingir micrometástases.
- Cirurgia oncológica com ressecção ampla e margem de segurança, preferindo reconstrução com endoprótese não convencional, enxerto ósseo ou combinação com placas e cimento.
- Quimioterapia adjuvante após a cirurgia, para eliminar células remanescentes.
- Radioterapia em cenários selecionados, como tumores irressecáveis ou localizações complexas.
- Reabilitação precoce, com fisioterapia, para recuperar a mobilidade, força e marcha.
Prognóstico e acompanhamento
Quando diagnosticamos cedo e conseguimos retirar todo o tumor, a chance de estar bem após cinco anos é alta.
O acompanhamento é regular. Consultas, exame físico, imagem do joelho e tomografia de tórax entram no roteiro, já que o pulmão é o local mais comum de disseminação.
Seguir a reabilitação faz diferença, pois melhora a função do membro e a rotina volta a fluir.
Percebeu dor persistente, aumento de volume ou perda de força? Marque uma avaliação para analisar seu caso com calma e definir o melhor caminho.
Dúvidas rápidas
Dor no joelho pode ser osteossarcoma?
A maioria das dores tem origem não oncológica, como tendinites e sobrecargas. Persistência por semanas, piora noturna e inchaço pedem avaliação médica.
Osteossarcoma do joelho tem cura?
Há chance real de controle e cura com diagnóstico precoce, quimioterapia adequada e cirurgia com margens livres. Casos metastáticos exigem estratégias específicas.
A cirurgia sempre leva à amputação?
Na maioria dos pacientes é possível preservar o membro com reconstruções protéticas ou enxertos. Amputação é reservada para situações avançadas ou pouco favoráveis.
Quando procurar um especialista
Dor progressiva no joelho, inchaço e limitação de movimento por mais de três semanas, sem causa definida, justificam consulta com ortopedista oncológico para investigação de osteossarcoma do joelho.




