Síndrome de Pellegrini-Stieda: causas e tratamento
Aprenda a reconhecer os sinais da síndrome de Pellegrini-Stieda e descubra as opções de tratamento.
Muita gente sente dor na parte interna do joelho e nem imagina que pode ter síndrome de Pellegrini-Stieda, uma calcificação que aparece perto do ligamento colateral medial.
Esse processo costuma vir depois de entorse, pancada em esporte ou excesso de carga repetido na mesma região, e só chama atenção nos exames quando o desconforto já está atrapalhando a rotina.
O ideal é consultar um especialista para entender a real causa e ter acesso aos melhores tratamentos.
Entenda a síndrome de Pellegrini-Stieda
É uma síndrome que corresponde à combinação de dois pontos principais:
- Uma calcificação junto à origem do ligamento colateral medial no fêmur.
- Dor localizada no lado medial do joelho, muitas vezes acompanhada de perda de mobilidade.
Quando existe apenas a calcificação na radiografia, sem sintomas, alguns autores usam o termo sinal de Pellegrini-Stieda.
Mas quando a calcificação aparece junto de dor, sensação de travamento, rigidez ou limitação para movimentar o joelho, o quadro passa a ser chamado de síndrome de Pellegrini-Stieda.
Como se desenvolve
O evento inicial costuma ser uma entorse com estresse em valgo, comum em divididas de futebol, mudanças bruscas de direção, quedas ou impactos diretos no lado externo do joelho.
Esse mecanismo provoca micro-rupturas ou lesão parcial do ligamento colateral medial e dos tecidos ao redor.
O organismo responde com inflamação e formação de tecido cicatricial. Em alguns pacientes, esse processo cicatricial se organiza de forma diferente e ocorre deposição de sais de cálcio na região.
A partir daí se forma a calcificação típica da síndrome de Pellegrini-Stieda, visível na radiografia como uma imagem alongada ou nodular na parte medial do fêmur.
Fatores de risco
Alguns perfis apresentam risco maior de desenvolver síndrome de Pellegrini-Stieda após uma lesão do ligamento colateral medial. Veja os fatores mais comuns:
- Prática de esportes com contato, chutes e divididas, como futebol, futsal, handebol e basquete.
- Movimentos com mudanças rápidas de direção ou desaceleração brusca.
- Episódios repetidos de entorse do joelho sem recuperação completa.
- Retorno precoce ao esporte, com dor e instabilidade ainda presentes.
- Reabilitação incompleta após uma lesão do LCM.
- Traumas diretos no lado interno ou externo do joelho
A síndrome de Pellegrini-Stieda pode aparecer em adultos jovens fisicamente ativos, mas também em pessoas que sofreram entorses em atividades domésticas ou acidentes de trânsito.
Sintomas
Os sintomas variam de desconforto leve a dor intensa. Os mais relatados por quem tem síndrome de Pellegrini-Stieda são:
- Dor localizada na borda interna do joelho, principalmente ao caminhar, subir escadas ou realizar movimentos em valgo.
- Sensação de rigidez, com dificuldade para esticar totalmente o joelho.
- Limitação da flexão em casos mais avançados.
- Aumento da dor ao girar a perna ou em movimentos bruscos.
- Palpação dolorosa sobre um nódulo duro na região medial do joelho.
- Desconforto prolongado após treinos ou partidas.
Nem toda calcificação causa sintomas. A síndrome de Pellegrini-Stieda surge quando o achado de imagem vem acompanhado de dor e limitação funcional que atrapalham o dia a dia.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico começa pela consulta com médico ortopedista de joelho.
Na avaliação clínica, o médico localiza a dor, testa a estabilidade em valgo em diferentes graus de flexão do joelho e verifica o quanto a mobilidade está comprometida.
Nas radiografias feitas com o paciente em pé, costuma aparecer a calcificação típica, perto da origem femoral do ligamento colateral medial.
A ressonância magnética mostra em detalhe o LCM, possíveis áreas de edema ósseo e lesões em menisco ou cápsula, pontos importantes para definir o tratamento.
Tratamento
O tratamento da síndrome de Pellegrini-Stieda é individualizado, onde o médico considera o nível da dor, limitação, extensão da calcificação e expectativas do paciente.
A maioria dos casos melhora com medidas conservadoras bem conduzidas.
Tratamento conservador
Nos quadros leves e moderados, o foco é controlar a dor, reduzir a inflamação e recuperar a função. Podem ser indicados:
- Medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios prescritos pelo médico.
- Ajuste de carga nas atividades físicas, com pausa de esportes de impacto.
- Uso temporário de órteses ou joelheiras em situações selecionadas.
- Fisioterapia para ganho de mobilidade, fortalecimento e controle de dor.
Infiltrações e outros recursos
Em dor persistente, alguns casos se beneficiam de infiltrações guiadas por imagem, com corticosteroide ou outras substâncias indicadas pelo especialista.
O objetivo é aliviar a inflamação ao redor da calcificação e permitir evolução melhor na fisioterapia.
Tratamento cirúrgico
A cirurgia para síndrome de Pellegrini-Stieda é reservada para situações específicas, como:
- Limitação grave de movimento.
- Dor intensa que não responde ao tratamento clínico.
- Massas ossificadas volumosas que comprimem estruturas vizinhas.
Nessas situações, pode ser feita a excisão da calcificação, associada ao reparo ou reconstrução do ligamento colateral medial, seguindo critérios técnicos do ortopedista.
Prevenção e cuidados no dia a dia
Depois de uma entorse ou lesão do ligamento colateral medial, alguns cuidados ajudam a evitar a síndrome de Pellegrini-Stieda.
- Se o incômodo na parte interna do joelho continua após o trauma, vale marcar consulta com ortopedista para uma avaliação completa.
- Seguir o plano de reabilitação até o final, mesmo quando a dor melhora rápido.
- Fortalecer a musculatura de quadril e joelho como rotina de treino.
- Respeitar limites de dor e fadiga, evitando excessos em treinos e partidas.
- Retornar ao esporte apenas com liberação do especialista.
Com diagnóstico precoce e um plano bem estruturado, a síndrome de Pellegrini-Stieda pode ser controlada e o paciente volta a ter uma vida ativa, com menos dor e mais segurança.
FAQs
A síndrome de Pellegrini-Stieda tem cura?
Muitos pacientes com síndrome de Pellegrini-Stieda alcançam alívio importante da dor e retomam a rotina com tratamento clínico e fisioterapia. A calcificação pode permanecer visível na radiografia, mas deixa de incomodar quando a inflamação e o desequilíbrio mecânico são controlados.
Quanto tempo leva para melhorar a síndrome de Pellegrini-Stieda?
O tempo de recuperação da síndrome de Pellegrini-Stieda varia de algumas semanas a poucos meses. Casos leves tendem a responder mais rápido. Lesões associadas, calcificações maiores e atrasos na reabilitação podem prolongar o processo.
Toda calcificação no ligamento colateral medial é síndrome de Pellegrini-Stieda?
Nem toda calcificação na região medial do joelho corresponde à síndrome de Pellegrini-Stieda. O diagnóstico leva em conta localização, formato da imagem, histórico de trauma e sintomas. Por isso, a avaliação por ortopedista é indispensável.
Quem tem síndrome de Pellegrini-Stieda pode praticar esportes?
Na maioria dos casos, quem tem síndrome de Pellegrini-Stieda volta a praticar esportes após controle da dor e recuperação da força, mobilidade e estabilidade. O retorno precisa ser gradual e guiado por critérios clínicos e funcionais definidos pelo especialista e pelo fisioterapeuta.
Quando a cirurgia é necessária na síndrome de Pellegrini-Stieda?
A cirurgia para síndrome de Pellegrini-Stieda é considerada quando há dor intensa, limitação importante de movimento ou falha de um tratamento conservador bem conduzido. Nesses casos, o ortopedista avalia a retirada da calcificação e o reparo do ligamento colateral medial.



