Lesões e Doenças do Joelho

Edema ósseo no joelho: causas, sintomas e como tratar

O edema ósseo no joelho é um achado comum na ressonância magnética e costuma vir acompanhado de dor ao apoiar o peso.

Entender a causa, ajustar a carga e seguir um plano de recuperação evita recidivas e acelera o retorno às rotinas.

O que é edema ósseo no joelho?

O edema ósseo no joelho é um sinal de inflamação dentro do osso, geralmente no osso subcondral ou na medula.

Ele não significa que o osso “inchou”, e sim que há aumento de líquido e microlesões no trabeculado, visíveis na ressonância.

Esse quadro pode surgir após trauma, sobrecarga repetida ou doenças articulares. Sem o manejo correto, a dor persiste e limita a mobilidade.

Sintomas mais frequentes

  • Dor profunda ao apoiar.
  • Sensibilidade localizada.
  • Rigidez ao levantar.
  • Inchaço discreto.
  • Dificuldade para caminhar sem mancar.
  • Em atletas, o desconforto aparece nas mudanças de direção e saltos.

Causas comuns

Entre as causas mais comuns, destaco:

  • Trauma direto por pancadas, entorses ou luxações.
  • Sobrecarga por treino excessivo.
  • Retorno precoce.
  • Fraqueza muscular.
  • Desalinhamento dos membros.
  • Doenças do joelho como lesões meniscais, condrais e artrose.
  • Situações menos comuns incluem osteonecrose e infecção.

Diagnóstico: preciso fazer ressonância?

A avaliação clínica orienta a suspeita, mas a confirmação do edema ósseo no joelho é feita pela ressonância magnética.

O exame mostra a localização, intensidade e possíveis traços de fratura por estresse ou insuficiência. As radiografias ajudam a avaliar alinhamento e artrose.

Tratamento em fases

  1. Fase 1 – controle da dor: reduzir a carga, usar muletas se necessário, gelo por 15 a 20 minutos, 3 a 4 vezes ao dia, analgesia conforme prescrição.
  2. Fase 2 – recuperar a mobilidade: alongamentos suaves, exercícios de amplitude sem dor, controle de inchaço, treino de marcha sem mancar.
  3. Fase 3 – fortalecer: foco em quadríceps, glúteos e panturrilhas, cadeia cinética fechada, progressão de resistência com monitoramento de sintomas.
  4. Fase 4 – retorno gradual: saltos leves, trote e mudanças de direção com progressão semanal, respeitando a ausência de dor durante e após o treino.

Casos selecionados podem receber infiltrações analgésicas, ácido hialurônico ou ortobiológicos, conforme indicação.

A cirurgia é reservada para lesões associadas relevantes, como desalinhamento acentuado, fraturas de insuficiência extensas ou falhas de cartilagem.

Tempo de recuperação

A maior parte dos pacientes evolui bem entre 6 e 12 semanas quando a causa é trauma leve ou sobrecarga controlada.

Quadros associados à artrose ou desalinhamento podem demandar 12 semanas ou mais.

Dor decrescente, marcha sem mancar e ganho de força são os marcos que liberam a progressão.

Volta ao esporte e ao trabalho

A liberação acontece quando o paciente consegue agachar e subir escadas sem dor, sustentar apoio unipodal por 30 segundos, e completar o treino específico sem aumento de sintomas no dia seguinte.

Atividades de impacto retornam por etapas, começando por trote, depois corrida contínua, mudanças de direção e, por último, contato.

Como acelerar a recuperação com segurança

Respeitar a dor como limite, ajustar o volume de treino, reforçar a musculatura do quadril e do joelho, manter sono regular e alimentação adequada.

O controle de peso reduz carga articular e melhora o prognóstico.

Quando procurar o especialista

Agende uma consulta nas seguintes situações, pois a avaliação precoce reduz o risco de fratura por estresse e outras complicações:

  • Dor que impede a marcha.
  • Piora após duas semanas.
  • Episódios de travamento.
  • Sensação de falseio.
  • História de osteoporose.
  • Uso crônico de corticoides.

FAQs

Quanto tempo leva para o edema ósseo no joelho melhorar?

Entre 6 e 12 semanas na maioria dos casos, desde que a carga seja controlada e a reabilitação seja seguida com regularidade.

Posso caminhar durante o tratamento?

Sim, desde que não haja dor ao apoiar. Se houver mancada, reduza a distância ou use apoio para descarregar o joelho.

Raio X detecta edema ósseo?

Não. O edema ósseo no joelho é identificado na ressonância magnética. A radiografia avalia alinhamento, artrose e fraturas evidentes.

Gelo e fortalecimento ajudam?

Gelo reduz dor e inchaço no início. Fortalecimento progressivo estabiliza o joelho e acelera o retorno com menor risco de recidiva.

Quando a cirurgia é indicada?

Quando existem lesões associadas relevantes ou falha do tratamento conservador, como fratura de insuficiência extensa, desalinhamento importante ou lesões condrais significativas.

Dr. Ulbiramar Correia

Ortopedista especialista em joelho Goiânia. Membro titular da SBCJ (sociedade brasileira de cirurgia do joelho), SBRATE (sociedade brasileira de artroscopia e trauma esportivo) e da SBOT(sociedade brasileira de ortopedia e traumatologia). [CRM/GO: 11552 | SBOT: 12166 | RQE: 7240].

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