A cirurgia de prótese de joelho é indicada para quem convive com dor persistente e limitação funcional por artrose avançada ou outras causas de desgaste.
Sempre explico aos meus pacientes que o objetivo é reduzir a dor, recuperar a estabilidade e permitir o retorno seguro às atividades do dia a dia, com movimento confiável e previsível.
O que é e como funciona a cirurgia de prótese de joelho
Na cirurgia de prótese de joelho, as superfícies desgastadas do fêmur e da tíbia são substituídas por componentes de metal e polietileno, moldados para deslizar com baixo atrito.
A cartilagem danificada é removida, o osso é preparado e as peças são fixadas com cimento ortopédico ou por encaixe que estimula a integração ao osso.
O desenho atual das próteses prioriza estabilidade, alinhamento individual e preservação de tecidos, o que melhora a sensação de joelho “natural” e amplia a durabilidade.
Quando a cirurgia é indicada
A indicação surge quando tratamentos clínicos deixam de controlar os sintomas e a qualidade de vida cai.
Sinais de alerta incluem:
- Dor que limita caminhada e escadas.
- Rigidez que impede esticar ou dobrar.
- Deformidade progressiva das pernas.
- Perda de autonomia para tarefas simples.
Idade isolada não é critério decisivo. O que pesa é o impacto funcional, o padrão de desgaste e a expectativa de atividade após a cirurgia de prótese de joelho.
Tipos de prótese: total ou parcial
- Total: substitui toda a superfície femoral e tibial, indicada quando a artrose compromete mais de um compartimento do joelho.
- Parcial ou unicompartimental: troca apenas a área afetada, mantendo os ligamentos e parte da cartilagem preservada, com recuperação mais rápida e sensação de movimento natural em casos bem selecionados.
- Revisão: usada quando há soltura, desgaste acentuado, infecção tratada ou fratura. Os implantes de revisão são mais robustos e exigem planejamento detalhado.
Preparo e internação: passo a passo
Antes da cirurgia de prótese de joelho, o paciente realiza avaliação clínica, otimiza comorbidades e aprende exercícios de pré-habilitação.
No hospital, a equipe define anestesia, profilaxia de trombose e antibiótico preventivo.
A operação dura cerca de 1 a 2 horas. A alta costuma acontecer entre 24 e 48 horas, quando a dor está controlada e a marcha com andador ou muletas está segura.
Como é feita a cirurgia
O cirurgião acessa a articulação por uma incisão frontal, corrige o alinhamento, prepara o osso com guias e brocas, posiciona os componentes e checa a estabilidade em extensão e flexão.
Em centros habilitados, a navegação por imagem ou robótica auxilia cortes e posicionamento, elevando a precisão.
Dor e anestesia: o que esperar
Protocolos modernos combinam anestesia regional, infiltração local, analgésicos em horários programados e gelo.
A meta é dor leve a moderada, que permite levantar no mesmo dia na maioria dos casos. Desconforto existe, porém, deve ser controlável durante toda a internação e nas primeiras semanas.
Recuperação e reabilitação
A fisioterapia inicia cedo, com treino de marcha, ganho de extensão completa e flexão progressiva até cerca de 120 graus.
Andador ou muletas são retirados quando o equilíbrio e a força permitem caminhar em segurança, em geral entre 10 e 30 dias.
O condicionamento melhora entre a terceira e a oitava semana, com evolução contínua nos primeiros meses.
Atividades de impacto, como corrida e saltos, não são recomendadas após a cirurgia de prótese de joelho.
Caminhada, bicicleta, natação, musculação guiada e dança recreativa tendem a ser liberadas de forma gradual.
Resultados e limitações realistas
A maioria dos pacientes relata grande alívio da dor e melhora da função para subir escadas, levantar da cadeira, agachar com controle e caminhar distâncias maiores.
O objetivo é vida ativa e independente, com limitação apenas para impactos repetitivos e giros bruscos.
Durabilidade da prótese
Com os implantes atuais, técnica adequada e cuidados pós-operatórios, a sobrevida ultrapassa uma década em alta proporção dos casos e pode alcançar duas décadas em muitos pacientes.
Fatores que protegem a durabilidade incluem controle de peso, alinhamento estável, prevenção de infecção e escolha correta de atividade física.
Riscos e como reduzir
Complicações são incomuns, mas podem ocorrer. Entre as principais estão infecção, trombose venosa, rigidez, dor persistente, fratura e soltura tardia.
A mitigação começa no preparo clínico, segue no uso de antibiótico e anticoagulação quando indicada, e continua com reabilitação estruturada e adesão às orientações.
Se você ficou ainda com alguma dúvida sobre a cirurgia de prótese de joelho e as indicações, agende uma consulta para poder avaliar seu caso com mais atenção.
FAQs
Cirurgia de prótese de joelho dói muito?
Com analgesia multimodal e fisioterapia precoce, a dor tende a ser leve a moderada e controlável. Gelos programados e medicação em horários fixos ajudam bastante nos primeiros dias.
Qual a idade ideal para a cirurgia?
Não há idade certa. O que define é a perda de qualidade de vida, o padrão de desgaste e a resposta insuficiente ao tratamento clínico. Avaliação individual é indispensável.
Quanto tempo dura uma prótese de joelho?
Muitos pacientes passam de 15 anos com bom desempenho. Há casos com duas décadas ou mais, quando técnica, implante e cuidados se alinham ao perfil do paciente.
Posso praticar esportes depois da cirurgia?
Atividades sem impacto costumam ser liberadas, como caminhada, bicicleta e natação. Corrida e saltos não são recomendados para preservar a prótese ao longo do tempo.
Quando posso dirigir novamente?
Para a maioria, dirigir volta entre 3 e 6 semanas, quando dor, mobilidade e reflexos permitem respostas rápidas. A liberação final depende da avaliação do médico e do lado operado.
Prótese parcial serve para quem?
Para pacientes com desgaste restrito a um compartimento, ligamentos preservados e alinhamento adequado. A seleção correta aumenta a chance de recuperação rápida e resultado natural.