Sintomas e Sinais

O que causa artrose no joelho: como reconhecer e prevenir

Entenda o que causa artrose no joelho, como reconhecer os primeiros sinais e quais hábitos ajudam a prevenir o desgaste da articulação.

Muita gente chega ao consultório perguntando o que causa artrose no joelho e por que a dor, a rigidez e a perda de mobilidade aparecem tão cedo em algumas pessoas.

O quadro nasce da soma de fatores: desgaste da cartilagem, sobrecarga no dia a dia e inflamação discreta que vai corroendo a qualidade do movimento. Com o tempo, o osso recebe mais impacto e a articulação perde fluidez.

A parte boa: é possível agir. Ajustar peso, fortalecer a musculatura que protege o joelho, corrigir desalinhamentos e tratar lesões antigas reduz o risco e preserva a função por mais tempo.

Como funciona a articulação do joelho

O joelho une fêmur, tíbia e patela. A cartilagem reveste as superfícies, os meniscos distribuem carga, os ligamentos estabilizam e a sinóvia produz o líquido que lubrifica.

Quando esse conjunto perde o equilíbrio, a cartilagem sofre microlesões repetidas, a inflamação aumenta e o desgaste acelera.

O que causa artrose no joelho

Não existe um único culpado. A artrose costuma nascer da soma entre carga excessiva, alinhamento inadequado, fraqueza muscular e fatores biológicos.

Em alguns casos é primária, ligada ao envelhecimento, já em outros, é secundária a traumas, cirurgias ou doenças prévias.

  • Sobrecarga e peso corporal (mais força por passo, mais compressão na cartilagem).
  • Desalinhamento leve em varo ou valgo, que concentra pressão em um compartimento.
  • Lesões antigas de menisco ou ligamentos, que alteram a estabilidade e distribuição de carga.
  • Baixa força e controle de quadríceps e glúteos, com pior absorção de impacto.
  • História familiar e características individuais da cartilagem.
  • Doenças inflamatórias e metabólicas que agravam o processo degenerativo.

Principais fatores de risco que aceleram o desgaste

Alguns fatores não mudam, como idade. Outros você consegue modular com escolhas diárias. Vale olhar para cada ponto e ajustar o que for possível:

  1. Idade acima dos 50 anos com redução natural da capacidade de reparo.
  2. Obesidade e sobrepeso que elevam a carga por ciclo de marcha.
  3. Trabalho físico intenso e movimentos repetitivos sem preparo.
  4. Prática esportiva de impacto sem base de força e técnica.
  5. Cirurgias prévias no joelho, principalmente meniscectomia repetida.
  6. Doenças como artrite reumatoide, gota e alterações metabólicas.

Sinais e sintomas mais comuns

A dor costuma aparecer primeiro ao esforço e melhora com repouso. Com a progressão, outros sinais entram em cena e prejudicam a rotina, como:

  • Dor localizada que piora em escadas e ladeiras.
  • Rigidez matinal breve e sensação de areia no joelho.
  • Inchaço por aumento de líquido sinovial.
  • Estalos, perda de mobilidade e episódios de falseio.
  • Deformidade gradual para dentro ou para fora.

Diagnóstico e classificação em graus

O diagnóstico é clínico, com exame físico direcionado e radiografia em pé para avaliar espaço articular.

Em fases iniciais, a ressonância magnética ajuda a identificar lesões associadas. A gravidade costuma ser descrita em quatro níveis, do desgaste leve ao avançado com dor constante.

Tratamentos que realmente ajudam

O plano começa pelo básico e avança conforme a resposta. O objetivo é aliviar a dor, melhorar a função e frear a progressão. Sempre personalize com orientação profissional.

  • Educação e controle de carga com ajustes de treino, passos e terreno.
  • Perda de peso quando necessário, reduzindo a compressão articular.
  • Fisioterapia para força de quadríceps, glúteos e core, além de mobilidade.
  • Atividade física de baixo impacto como caminhada progressiva, bike, natação e pilates.
  • Analgésicos e anti-inflamatórios por curto período, conforme orientação médica.
  • Infiltrações selecionadas em casos específicos, com avaliação criteriosa.

Quando a dor persiste e limita a vida diária, opções cirúrgicas entram em pauta, como realinhamentos ósseos para casos selecionados e prótese total do joelho nos estágios finais.

Como prevenir a artrose no joelho no dia a dia

Prevenção é gestão de carga, força e técnica. Pequenas mudanças, mantidas por tempo suficiente, diminuem o risco e retardam o desgaste.

  1. Fortaleça quadríceps e glúteos duas a três vezes por semana.
  2. Varie estímulos, intercalando dias de impacto e dias de baixo impacto.
  3. Cuide do peso com alimentação equilibrada e rotina ativa.
  4. Ajuste calçados e técnica de corrida com orientação.
  5. Trate lesões cedo para evitar instabilidade crônica.

Caso você tenha notado algum dos sintomas descritos acima, marque uma consulta para analisar de perto seu quadro e se confirmada a artrose no joelho, pensarmos na melhor linha de tratamento.

Perguntas frequentes

Artrose só acontece por envelhecimento?

Idade pesa, porém não explica tudo. Alinhamento, força, lesões antigas e sobrecarga diária têm papel decisivo. Modificar esses fatores muda a história.

Exercício piora ou ajuda quem tem artrose?

Ajuda quando bem prescrito. Força, mobilidade e aeróbio de baixo impacto melhoram dor e função. O problema é excesso sem preparo ou técnica ruim.

Como saber se a dor é de artrose ou de outra causa?

O padrão da dor, o exame físico e a radiografia em pé orientam. Em dúvidas, a ressonância identifica lesões associadas e ajuda a direcionar o tratamento.

Qual o primeiro passo após o diagnóstico?

Organizar o plano conservador: gestão de carga, fisioterapia focada em força e técnica, atividade física regular e, se indicado, controle do peso. Reavalie metas e progresso em prazos curtos.

Dr. Ulbiramar Correia

Ortopedista especialista em joelho Goiânia. Membro titular da SBCJ (sociedade brasileira de cirurgia do joelho), SBRATE (sociedade brasileira de artroscopia e trauma esportivo) e da SBOT(sociedade brasileira de ortopedia e traumatologia). [CRM/GO: 11552 | SBOT: 12166 | RQE: 7240].

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