Quem passa por uma cirurgia no joelho costuma ouvir termos diferentes: prótese, implante, material de síntese, OPME.
Surge a dúvida: parafuso no joelho é considerado prótese? A resposta curta é não, no sentido clínico.
Parafuso é um implante de fixação usado para estabilizar ossos e enxertos; prótese é um substituto articular, como na artroplastia total de joelho.
A confusão aparece porque, na burocracia hospitalar, tudo costuma entrar no grupo “próteses, órteses e materiais especiais”.
O que é um parafuso ortopédico
Parafusos ortopédicos são peças estéreis, geralmente de titânio, aço médico ou material bioabsorvível.
Eles servem para fixar fragmentos de fratura, ancorar enxertos (como no LCA) ou estabilizar osteotomias.
Em muitos procedimentos, trabalham junto com placas, âncoras, arruelas e botões corticais.
Parafuso no joelho é considerado prótese?
Parafuso no joelho não é prótese no conceito clínico. Ele atua como meio de fixação para permitir que os tecidos cicatrizem na posição correta. Já as próteses substituem a articulação.
Entender essa diferença ajuda na conversa com a equipe, na leitura de laudos e na definição de expectativas para o pós-operatório.
Diferenças práticas entre prótese e material de síntese
Prótese de joelho (artroplastia)
- Finalidade: substituir cartilagem desgastada por componentes artificiais.
- Indicação mais comum: artrose avançada com dor e limitação.
- Reabilitação: foco em recuperar mobilidade, força e marcha com a nova articulação.
Material de síntese (parafusos, placas, âncoras)
- Finalidade: estabilizar osso, tendão ou enxerto até o tecido cicatrizar.
- Indicações: fraturas, instabilidades ligamentares, osteotomias, reparos de menisco.
- Reabilitação: respeita os tempos biológicos de consolidação do osso e integração do enxerto.
Por que aparece como “prótese” em documentos
Hospitais e operadoras costumam agrupar itens em “próteses, órteses e materiais especiais (OPME)”.
Parafusos entram nesse pacote administrativo, mas isso não transforma o parafuso em prótese articular; apenas facilita classificação e cobrança.
Para o paciente, o que importa é a indicação correta, a técnica cirúrgica e o plano de reabilitação.
Parafusos: tipos, materiais e dúvidas comuns
- Titânio: biocompatível e resistente. Raramente precisa ser retirado.
- Aço inox médico: muito usado em trauma.
- Bioabsorvíveis: degradam ao longo do tempo; muito presentes em LCA e menisco.
- Interferenciais, canulados, bloqueados: variam conforme a função e o local de uso.
O parafuso precisa ser retirado?
Na maioria das cirurgias, não. A retirada só acontece diante de dor localizada pelo implante, irritação de partes moles, infecção, soltura, quebra do material ou necessidade de nova abordagem.
Em peças bioabsorvíveis, a reabsorção reduz essa discussão.
Passa em detector de metais? E a ressonância?
Detectores de segurança podem ou não acusar, dependendo do material e sensibilidade do aparelho.
Em ressonância magnética, implantes modernos geralmente são compatíveis, onde o time de imagem avalia caso a caso e orienta o preparo.
Cuidados após cirurgias que usam parafuso
- Controle de dor e inchaço nas primeiras semanas.
- Carga e mobilidade progressivas, guiadas pelo cirurgião e pela fisioterapia.
- Fortalecimento do quadríceps, glúteos e cadeia posterior para proteger o joelho.
- Retorno ao esporte em fases, de acordo com a consolidação ou integração do enxerto.
Quando buscar avaliação
- Dor que não melhora com o esperado.
- Calor, vermelhidão ou secreção na ferida.
- Febre, perda de mobilidade marcante ou sensação de instabilidade.
Em qualquer dessas situações, procure o seu ortopedista de joelho. Uma revisão do plano de reabilitação pode evitar contratempos.
Quer uma opinião personalizada? Marque uma consulta e leve seus exames. Um plano de reabilitação bem desenhado faz toda a diferença.