Lesões e Doenças do Joelho

Sinovite e tenossinovite: sintomas, causas e tratamento

Saiba o que são sinovite e tenossinovite, suas causas, sintomas e os tratamentos indicados para reduzir a inflamação e aliviar a dor nas articulações.

Sinovite e tenossinovite são inflamações que afetam estruturas diferentes, porém, relacionadas, dentro do sistema musculoesquelético.

Entender como cada uma surge, os sinais que indicam alerta e as opções de tratamento ajuda a aliviar a dor e acelerar a recuperação.

Sinovite e tenossinovite: o que são e qual a diferença

Sinovite é quando a membrana sinovial inflama. A articulação acumula líquido, dói e incha.

Já a tenossinovite envolve o tendão e a bainha que o envolve. Essa bainha funciona como um “trilho” lubrificado para o tendão deslizar.

Com carga e repetição, o incômodo aumenta. Na sinovite, a sensação costuma ser de pressão por dentro da articulação, e na tenossinovite, a dor acompanha o trajeto do tendão.

Os dois termos aparecem juntos em muitos laudos porque podem ocorrer ao mesmo tempo, seja por uso repetitivo, seja por doenças inflamatórias.

Encontrar o ponto exato da origem guia o cuidado, os exames e a reabilitação.

Sinais e sintomas mais comuns

  • Dor que piora com movimento ou esforço, muitas vezes em atividades simples como subir escadas, agachar, correr ou saltar.
  • Inchaço visível, sensação de calor e vermelhidão.
  • Estalos ou crepitação ao alongar ou contrair a região afetada.
  • Rigidez matinal e perda de amplitude de movimento.
  • Sensação de “peso” ou pressão dentro da articulação, típica da sinovite.
  • Dor localizada ao longo do tendão com sensibilidade ao toque, típica da tenossinovite.

Quando o relatório menciona sinovite e tenossinovite no mesmo segmento, é comum encontrar derrame articular leve a moderado somado a espessamento da bainha tendínea.

Causas e fatores de risco

  • Sobrecarga mecânica e movimentos repetitivos no trabalho ou no esporte.
  • Traumas diretos, entorses e microlesões por uso excessivo.
  • Doenças inflamatórias sistêmicas como artrite reumatoide e lúpus.
  • Degeneração articular (artrose), que pode aumentar a produção de líquido sinovial.
  • Infecções, menos comuns, exigindo investigação rápida.
  • Alterações metabólicas como gota e diabetes.
  • Falhas de ergonomia e falta de preparo muscular.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico começa na consulta, com história clínica e exame físico detalhado. Testes provocativos, palpação de pontos dolorosos e avaliação de amplitude ajudam a diferenciar a dor intra-articular da dor no trajeto do tendão.

A partir daí, o médico pode solicitar exames de imagem para confirmar hipóteses e medir a gravidade.

A ultrassonografia mostra espessamento de bainhas tendíneas e derrames superficiais, enquanto a ressonância magnética detalha sinovite, edema, espessamento e possíveis lesões associadas.

Em quadros selecionados, exames de sangue investigam doenças inflamatórias.

Tratamento: o que funciona

O tratamento é progressivo e individualizado. Em fases iniciais, recomenda-se repouso relativo, ajuste de cargas, gelo nas primeiras 48 a 72 horas, analgésicos e anti-inflamatórios quando indicados.

Em casos de sinovite e tenossinovite com irritação intensa, pode-se considerar imobilização temporária para reduzir o atrito e dor.

A fisioterapia é o pilar da recuperação: controle de dor, mobilidade gradual, fortalecimento específico e reeducação de movimento.

Técnicas como terapia manual, exercícios excêntricos para tendões, treino proprioceptivo e orientação de retorno à atividade ajudam a prevenir recaídas.

Em situações selecionadas, ondas de choque, infiltrações ou procedimentos artroscópicos podem entrar no plano, sempre após avaliação criteriosa.

Prevenção e cuidados no dia a dia

  • Respeite intervalos de descanso em tarefas repetitivas.
  • Aqueça e alongue de modo leve antes de treinar, e finalize com desaquecimento.
    • Progrida volume e intensidade em etapas.
  • Fortaleça musculaturas estabilizadoras do segmento afetado.
  • Ajuste ergonomia de mesa, teclado, ferramentas e calçados.
  • Controle condições associadas, como peso corporal e glicemia.

Rotinas simples reduzem a chance de reaparecimento de sinovite e tenossinovite, principalmente em quem treina ou trabalha com movimentos repetitivos.

Quando procurar atendimento

Busque avaliação se a dor persistir por mais de duas semanas, se houver aumento rápido de inchaço, febre, traço de infecção, perda de força ou limitação marcada para atividades cotidianas.

Quadros de sinovite e tenossinovite que não melhoram com medidas básicas precisam de revisão do diagnóstico e ajuste do plano terapêutico.

FAQs

Sinovite e tenossinovite são a mesma coisa?

Não. Sinovite é a inflamação da membrana sinovial dentro da articulação. Tenossinovite é a inflamação do tendão e da bainha que o envolve. Elas podem ocorrer juntas.

Quais atividades mais agravam a dor?

Movimentos repetitivos, cargas altas sem preparo, intervalos curtos de descanso e ergonomia inadequada aumentam atrito e inflamação.

Preciso parar totalmente de treinar?

Na maioria dos casos, não. Ajusta-se volume e intensidade, substituem-se gestos dolorosos, e mantém-se o condicionamento com exercícios tolerados.

Ressonância é sempre necessária?

Não. O exame físico bem feito orienta muitos casos. A imagem entra para confirmar suspeitas, medir gravidade e excluir outras lesões.

Quando considerar infiltração ou cirurgia?

Quando dor e limitação persistem após tratamento conservador bem conduzido ou há lesões associadas. A decisão é individual e avaliada pelo especialista.

Como evitar recidivas?

Fortalecimento direcionado, ergonomia, progressão de treinos em etapas e controle de doenças associadas. Revisões periódicas ajudam a manter o plano em dia.

Dr. Ulbiramar Correia

Ortopedista especialista em joelho Goiânia. Membro titular da SBCJ (sociedade brasileira de cirurgia do joelho), SBRATE (sociedade brasileira de artroscopia e trauma esportivo) e da SBOT(sociedade brasileira de ortopedia e traumatologia). [CRM/GO: 11552 | SBOT: 12166 | RQE: 7240].

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