Crepitação no joelho: o que é e quando se preocupar
Entenda a crepitação no joelho: causas do estalido ou rangido, quando é normal e os sinais de que pode indicar um problema articular.
A crepitação no joelho é o barulho ou a sensação de atrito percebida ao mover a articulação. Pode vir como estalo, clique, rangido ou sensação de areia.
Em muitos casos é um fenômeno normal. Em outros, indica sobrecarga, lesão ou desgaste e pede avaliação.
O que é crepitação no joelho
O termo descreve ruídos audíveis e vibrações palpáveis durante a flexão e a extensão.
A crepitação no joelho pode ser fisiológica, ligada ao deslocamento do líquido sinovial e de pequenas bolhas de gás, ou patológica, quando existe irregularidade das superfícies, inflamação ou instabilidade.
Por que acontece
Diversos mecanismos podem gerar som e sensação de raspagem. Os mais comuns:
- Cavitação do líquido sinovial: mudanças de pressão formam bolhas que colapsam e produzem estalos curtos.
- Atrito de tendões e ligamentos: estruturas deslizando sobre proeminências ósseas podem estalar sem dor.
- Irregularidade da cartilagem: condropatia, condromalácia ou lesões aumentam o atrito.
- Plicas e espessamentos sinoviais: dobras de sinóvia podem “pular”.
- Menisco e corpos livres: fragmentos presos geram clique e, às vezes, travamento.
- Desgaste articular: artrose promove crepitação no joelho mais constante.
- Pós-operatório: fibrose e aderências podem criar ruídos até a reabilitação avançar.
Quando a crepitação é preocupante
Atenção se algum destes sinais estiver presente:
- Dor durante ou após o movimento.
- Inchaço visível ou calor local.
- Sensação de travamento ou instabilidade.
- Início após entorse, queda ou impacto.
- Perda de mobilidade, estalos repetidos sempre no mesmo ponto.
- História de cirurgia recente com piora progressiva.
Diagnóstico
Começa com anamnese e exame físico, buscando reproduzir o ruído e localizar sua origem.
Testes de estabilidade e avaliação do quadril e do tornozelo ajudam a identificar sobrecargas. Exames complementares podem entrar no plano:
- Ultrassonografia dinâmica: útil para tendões, bursas e plicas.
- Ressonância magnética: melhor para cartilagem, meniscos e edema ósseo.
- Radiografias: avaliam alinhamento e sinais de artrose.
Tratamento
O plano depende da causa, dos sintomas e das metas do paciente.
Em muitos casos, educação e ajuste de carga resolvem a crepitação no joelho sem procedimentos. Quando há dor, edema ou limitação, a reabilitação guiada é o caminho.
Ações iniciais
- Reduzir picos de impacto por alguns dias e retomar de forma progressiva.
- Aplicar gelo por 10 a 15 minutos se houver inchaço.
- Anotar atividades que disparam o ruído doloroso para ajustar volume e técnica.
Fisioterapia e exercícios
- Fortalecimento do quadríceps e glúteos com foco em controle patelofemoral.
- Mobilidade de tornozelo e quadril para distribuir melhor as cargas.
- Treino neuromuscular: equilíbrio, aterrissagem e controle de valgo dinâmico.
- Alongamentos dirigidos para estruturas encurtadas, sem dor.
Medicações e procedimentos
Analgésicos e anti-inflamatórios podem ser usados por curto período, com indicação profissional.
Em casos selecionados, infiltrações e técnicas de reparo ou de reconstrução da cartilagem e menisco podem ser discutidas.
A cirurgia fica reservada para lesões específicas ou falha do tratamento conservador.
Prevenção e cuidados diários
Oriento meus pacientes a seguir algumas precauções:
- Progredir volume de treino em passos pequenos.
- Variar tipos de exercício para reduzir sobrecarga repetitiva.
- Manter força do core e dos glúteos para melhor alinhamento.
- Cuidar do peso corporal quando necessário.
- Usar calçado estável e adequado à atividade.
